sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Vento do Entardecer

Olhar a tarde partindo
E pensar no dia se pondo
Sempre me traz
Grande encantamento.

Talvez por eu achar
Que amanhã, novamente,
Essa tardinha com ar de inocente
Virá fazer sombra e
Acompanhamento,
Nas trilhas do mesmo momento.

Então...
Eu me acalmo e aceito
Ao em pós dessa tardinha,
Morrente,
O luto de seda noturna
E até essa lágrima orvalhada
Nos vestígios de dor e tristeza
No hálito, impuro,
Das espessas madrugadas.

E, por isso, aceito também
Todos os meus sonhos já partidos
Além dessa minha tarde,
Inoportuna tarde,
Precocemente chegando,
Enquanto ainda tarda o sorriso
De uma amiga
Atrasada...

Pois sei que ainda trago comigo,
Na menina-dos-olhos,
Meninos,
O ouro de cada entardecer.
E carrego no coração,
Escondidos,
Encantos de alma estrelada.


E percebo que a razão
Do nosso diuturno viver
Será sempre um nascer
Se encantar, morrer,
Fecundar, renascer,
Amar,
Crescer e orvalhar...

O ciclo das madrugadas.

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