domingo, 9 de setembro de 2007

Metamorfose do Eu

Quando o vazio se diz bem-vindo
E a vida perpetua cinza
A gente até troca de óculos
Ou muda os móveis da sala
Mas, que nada!
O dia permanece ranzinza...

Podemos dobrar os joelhos
Doar a dezena de artelhos
E nada evitará a solidão a dois
Programada, iniciada e concluída,
Quando largamos a sujeira pra depois

Há que se passar a vida a limpo
E, sem medo do enredo,
Faxinar todo e qualquer mal-entendido.
Desde o leve acordar,
Ou mesmo até a noite apontar
Que o dia é findo.

Sem mesuras de embrenhar no...
Cerne do tal porão,
Às margens de toda ilusão,
E onde um vilão dorme esquecido.

E de febril talhadeira na mão,
Na própria alma lapidar,
Um sol feito dia a afastar,
O medo que fez moradia,
Nas nuvens do coração...

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