(feita em parceria com Ronise Fincato)
Ainda estou aqui...
São tuas todas as minhas flores rubras,
E estas duas iluminadas luas,
Enquanto me apago na noite, entre cílios e rugas,
Moldura em fundo verde, candura...olhar
Meu riso, escancarado e impreciso,
Ainda tenta fazer rimas com o teu silêncio,
Como se a matriz de todo o teu mutismo,
Pudesse fazer noites, noites e abismos,
Onde estes alegres pirilampos tentam voar.
O meu pranto - noite nem sempre triste-
Traduz também um pouco de sonhar.
Como se eu pudesse ver-te aproximar
...Devagarinho, feito um coral de crianças
E passarinhos... sorrindo, que ao vento
Do céu vespertino viessem me embalar.
A minha espera, ah! Esta noite!
Feita em gotas cristalinas de infinito,
Se parece com a pele da embaçada vidraça,
Que a tempestade sem qualquer pingo de graça,
Só conjugasse o verbo açoitar...
Enquanto ainda estou por aqui...
Porque tarda a noite, cala o meu querer,
Agoniza, tênue, a ingrata madrugada,
Eu que esperei, tanto, um sol acontecer...
Da noite, agora, restou só o bater
Suave, destas asas quase avermelhadas,
Borrifando no linho branco das nuvens,
O tom de duas luas tristes, ao entardecer...
Ronise Fincato e Sidney Pires
quinta-feira, 7 de junho de 2007
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